Asma: diagnóstico na infância e Covid-19. Entenda
Asma é uma doença crônica em que as vias aéreas ficam inflamadas, resultante de uma interação entre fatores genéticos e múltiplos estímulos, alergênicos ou não, que determinam o aparecimento de tosse, chiado no peito, falta de ar e cansaço, principalmente à noite e pela manhã ao acordar.
No caso da asma infantil, o quadro é mais preocupante, pois as vias respiratórias das crianças têm um calibre menor do que a dos adultos, ou seja, são mais estreitas, e qualquer inflamação pode ser mais prejudicial e impedir a passagem de ar. Por isso mesmo, a asma infantil costuma causar mais hospitalizações e visitas à emergência do que em adultos.
A asma é um problema de saúde pública mundial e sua prevalência aumenta cada vez mais. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas têm asma. Apesar da dificuldade para se diagnosticar asma na infância, existem evidências que sugerem que metade de todos os casos são diagnosticados até os 3 anos de idade e 80% até os 6 anos de vida.
Asma e Covid-19
De acordo com documento científico divulgado pelos Departamentos Científicos de Alergia e de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), pacientes com asma não são mais propensos a adquirir a infecção pelo novo coronavírus, porém são mais propensos a desenvolver complicações em caso de contágio. Dessa forma, além de adotar todas as medidas de proteção, a recomendação mais importante é não interromper o tratamento da asma e, em caso de dúvida, pedir auxílio e orientações ao médico que acompanha o paciente.
A entidade também adverte que os pacientes deverão utilizar seus dispositivos inalatórios de forma individual, sem compartilhamento, uma vez que os reservatórios de nebulizadores são potenciais fontes de contaminação.
Leia mais aqui e acesse o documento na íntegra com orientações aos pacientes e cuidadores de crianças com asma para prevenir o contágio pelo coronavírus durante a pandemia da COVID-19.
Causas da Asma
Ainda não se sabe exatamente o que provoca a asma infantil, uma vez que cada pessoa apresenta uma sensibilidade a gatilhos diferentes. Os fatores de risco são uma combinação de predisposição genética, infecções respiratórias e exposição ambiental a substâncias e partículas inaladas que podem provocar reações alérgicas ou irritar as vias aéreas. Dessa forma, é importante entender o que causa seus ataques de asma e tentar reduzir a exposição a esses agentes ou buscar tratamentos mais adequados. Os gatilhos mais comuns da asma são:
- Alérgenos domiciliares: por exemplo, ácaros da poeira doméstica, fungos e pelos de animais;
- Alérgenos externos: tais como polens, fungos e pelos de animais;
- Fumaça de cigarro e outros tipos de fumaça;
- Poluição do ar ou exposição a irritantes químicos;
Alguns outros estímulos podem desencadear as crises, embora não sejam os causadores da asma, como: exposição ao ar frio, excitação emocional extrema, odores fortes, exercício físico e uso de certos medicamentos, como aspirina e outros anti-inflamatórios.
Assim, as medidas de cuidados com o ambiente tornam-se fundamentais para controle da doença.
Cuidados
- Manter a residência ventilada e dormir em quarto arejado. Usar diariamente aspirador de pó ou pano úmido em toda a residência, principalmente nos locais em que permaneça por mais tempo;
- O paciente deve abster-se de espanar, varrer, arrumar camas, gavetas, estantes, etc.
- Revestir o travesseiro e o colchão com capa impermeável à passagem de ácaros e suas secreções. Lavar a capa 1X/mês;
- Evite usar acolchoados de lã, penas ou algodão, pois se tornam depósito de poeira e são de difícil lavagem;
- Evitar ambientes empoeirados, como bibliotecas, sótãos, porões, adegas, tulhas, celeiros, etc;
- Se o paciente dormir no mesmo quarto com outra pessoa, esta deverá seguir as mesmas orientações;
- Retirar tapetes e carpetes do ambiente;
- Evitar o uso de inseticidas, “spray” e aparelhos elétricos repelentes de insetos;
- Evitar odores fortes: desinfetantes, água sanitária, fumaça, gasolina, ceras e solventes orgânicos. Evitar ficar em casas pintadas recentemente ou fechadas por muito tempo;
- Evitar animais como cão e gato dentro de casa;
- Afastar a criança da inalação de fumaça de cigarro;
- Retirar os bichos de pelúcia do ambiente.
Tratamento
Ainda não há cura para a asma, mas é possível controlá-la a partir do diagnóstico correto, tratamento, informação e orientação médica. Assim, o paciente pode reduzir o risco de novas crises, o que pode proporcionar boa qualidade de vida.
Atualmente, existem tratamentos preventivos, eficazes e seguros que ajudam a diminuir a inflamação dos brônquios e a criança consegue levar uma vida normal e ativa, sem entrar em crises. A duração do tratamento é variável e depende do grau (classificação) da doença. Conforme a criança vai crescendo, as crises vão diminuindo e na maioria dos casos o tratamento é suspenso.
Importante
A asma na infância não deve ser negligenciada esperando-se que ela desapareça à medida que a criança cresça. Em geral, crianças com asma leve tem bom prognóstico. Entretanto, as com formas moderada ou grave provavelmente continuarão a ter, no transcorrer da vida, sintomas e, consequentemente, complicações decorrentes da doença não controlada.
*Com informações dos portais de saúde Minha Vida , Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria.