Gravidez

Pré-eclâmpsia: Confira entrevista com Dr. Javier Miguelez 1024 184 Andre

Pré-eclâmpsia: Confira entrevista com Dr. Javier Miguelez

Sempre que falamos em Pré-eclâmpsia recebemos muitos comentários com depoimentos, histórias reais e também perguntas sobre a doença. Percebemos que este é um assunto ainda carente de informações e cercado de dúvidas por parte das futuras mamães. Por isso, insistimos em trazê-lo aqui com diversas abordagens.

Dessa vez, conversamos com o Dr. Javier Miguelez, assessor médico sênior de Medicina Fetal do Fleury Medicina Diagnóstica. Perguntamos sobre diagnóstico e sua importância, principais exames que contribuem para a descoberta da doença logo no início, sintomas, consequências para mãe e bebê, prevenção e tratamento. O médico fala sobre a identificação precoce dos casos para prevenir as formas graves, lembra que o pré-natal só acaba com o parto e alerta as futuras mamães: “o melhor tratamento é a prevenção”.

Confira a entrevista, tire suas dúvidas e aproveite para compartilhar com outras mamães. Vamos juntas salvar mais e mais vidas com informação!

MQA: Qual a importância do diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A pré-eclâmpsia é um distúrbio que acomete, segunda a OMS, cerca de 5% das mulheres grávidas a partir da 20ª semana de gestação. Embora a maioria dos casos tenha uma evolução benigna, se não diagnosticada a tempo, algumas gestantes podem evoluir para uma de suas formas graves, em particular: a síndrome HELLP e a eclâmpsia. A primeira se caracteriza por lesões no fígado e nos rins e destruição de células no sangue (glóbulos vermelhos e plaquetas). Na segunda, ocorre edema (“inchaço”) do cérebro, convulsões e em alguns casos o coma, deixando em risco a vida da mãe e do bebê. Segundo o DATASUS, no Brasil, aproximadamente uma gestante por dia morre em decorrência da pré-eclâmpsia, que é responsável por cerca de 1 a cada 7 óbitos maternos. A identificação precoce destes casos é importante para prevenir as formas graves.

MQA: Sabemos que a pré-eclâmpsia pode dar sinais ou chegar de forma assintomática. O que é preciso fazer para que esse diagnóstico (no início da doença) ocorra?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A grande maioria dos casos é assintomática nas suas formas iniciais. O sintoma mais comum no início do quadro é a presença de “inchaço” no corpo, sobretudo no rosto e nas pernas. Mas esses são achados comuns também em gestantes normais. Mesmo as formas graves, em geral, são assintomáticas. Alguns desses casos podem ser acompanhados de sintomas, mas, infelizmente, também são inespecíficos: pontos brilhantes ou escuros na vista, dor de cabeça, no estômago e embaixo das costelas, do lado direito. Por isso, o fundamental mesmo é comparecer com frequência nas consultas do pré-natal, pois o diagnóstico é em geral suspeitado inicialmente no consultório médico, pelo achado de elevação na pressão arterial. Em um pré-natal adequado as consultas, que via de regra são mensais, passam a ser mais frequentes na fase final da gestação, pois é justamente nessa época que a maioria dos casos é diagnosticada. Nas últimas semanas de gestação o ideal é que as consultas sejam semanais: o pré-natal só se encerra com o parto.

MQA: Quais os principais exames do pré-natal que são essenciais para uma avaliação da pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: Quando há suspeita clínica de pré-eclâmpsia, ou seja, quando a medida da pressão arterial é maior ou igual a 140×90 mmHg, o teste mais importante é um simples exame de urina, em que são avaliadas a presença e quantidade de proteínas. Alguns exames adicionais podem ser necessários para descartar uma forma grave: exames que avaliam a função dos rins e do fígado, um hemograma completo (que avalia todas as células no sangue), testes que avaliam se há hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) e em geral avalia-se também o ácido úrico, que guarda alguma relação com a gravidade do quadro. Mas, até recentemente, não havia nenhum exame que pudesse avaliar o risco de evolução para uma forma grave. Hoje, na rede privada, dispomos de um novo teste, os biomarcadores de pré-eclâmpsia. Trata-se de um exame que avalia a atividade da doença, que é medida pela relação entre duas proteínas o sFIt-1 e o PIGF. Tratam-se de marcadores bem testados do ponto de vista estatístico e com grande respaldo na literatura médica, que podem ser usados tanto para predizer os casos que têm maior risco de complicar e que talvez exijam internação quanto aqueles que provavelmente vão evoluir muito bem, evitando intervenções médicas desnecessárias.

MQA: Quando, de fato, é dado o diagnóstico de pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: O diagnóstico ainda é simples e “low-tech”. Basta a medida da pressão arterial (que deve ser realizada em todas as consultas durante o pré-natal) e a constatação da presença de proteínas na urina, que pode ser pesquisado no próprio consultório médico, com uma fita muito semelhante às usadas para o diagnóstico de gravidez. A presença de proteínas na urina, embora seja importante para “carimbar” o diagnóstico, não é obrigatório. Alguns casos, mesmo as formas graves, podem não ter esse sinal, anteriormente considerado imprescindível.

MQA: E quando esse diagnóstico vem, o que é preciso saber e fazer exatamente para evitar complicações e sérias consequências para mãe e bebê?

DR. JAVIER MIGUELEZ: É importante ressaltar que a grande maioria dos casos tem evolução benigna e pode ser controlada com medidas simples, como o repouso, a redução na quantidade de sal na dieta e em alguns casos o uso de medicações para baixar a pressão. Feito o diagnóstico é fundamental que as consultas médicas e, quando indicados, os exames laboratoriais sejam realizados com maior frequência. Também é importante monitorar o bem-estar do bebê, o que pode ser feito por ultrassonografias, que avaliam o crescimento fetal, o fluxo sanguíneo na placenta (o chamado Doppler) e a cardiotocografia, que avalia a frequência cardíaca fetal. Quando disponíveis, os biomarcadores de pré-eclâmpsia (relação sFlt / PLGF) dão ainda mais segurança para conduzir a gravidez. Se houver sinais de que a pré-eclâmpsia pode estar evoluindo para uma forma grave, em geral está indicada a antecipação do parto.

MQA: É possível evitar, prevenir a pré-eclâmpsia? Explique sobre isso.

DR. JAVIER MIGUELEZ: Felizmente, hoje, já há um teste disponível na rede privada que pode predizer a ocorrência de pré-eclâmpsia, logo no início da gestação: o rastreamento bioquímico do primeiro trimestre. Ele avalia três hormônios no sangue da mãe (PAPP-A – proteína A plasmática própria da gestação-, Beta HCG livre e PLGL – placental growth factor), combinados à pressão arterial, fluxo sanguíneo nas artérias uterinas (avaliado por meio de ultrassonografia) e fatores de risco materno, indicados por meio de um questionário que a gestante responde. Com tudo isso, é possível rastrear riscos de desenvolvimento de uma série de complicações na gravidez, sendo a principal a pré-eclâmpsia. Cerca de 90% dos casos mais graves podem ser detectados com esse teste. O mais interessante é que, segundo estudo recente publicado em uma das revistas médicas mais conceituadas, a administração de AAS (aspirina) na dose de 150mg nas gestantes classificadas com risco aumentado no primeiro trimestre é capaz de prevenir mais da metade dos casos de pré-eclâmpsia que se manifestam antes de 37 semanas e cerca de 80% dos casos mais graves, aqueles que exigem a antecipação do parto antes de 34 semanas. Mas atenção: essa medicação só funciona se iniciada antes de 16 semanas de gestação. Por isso pensamos que é importante realizar o rastreamento bioquímico no primeiro trimestre, sempre que o teste estiver disponível. Acredito que uma versão simplificada desse teste possa estar disponível também na rede pública em algum tempo, dada a importância que essa doença tem para a saúde pública do País.

MQA: Quais são as principais consequências da pré-eclâmpsia para mães e bebês?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A maioria dos casos evolui bem. Mas as formas graves, se não identificadas precocemente, podem resultar em quadros maternos sérios, com internações hospitalares prolongadas e, infelizmente, até mesmo o óbito. Além dos riscos maternos, existem riscos também para o bebê, principalmente o de alterar o funcionamento da placenta, comprometendo o crescimento do bebê. Nos casos mais graves, há comprometimento da oxigenação do bebê e até mesmo óbito. Cerca de um a cada 5 óbitos fetais são decorrentes da pré-eclâmpsia. Como as formas graves podem exigir a antecipação do parto em idades gestacionais precoces, em que os bebês são muito prematuros, a pré-eclâmpsia é também responsável por cerca de um a cada 10 óbitos neonatais.

MQA: Existe tratamento? Quais são?

DR. JAVIER MIGUELEZ: O controle da doença pode ser feito com as medidas que descrevi acima: dieta pobre em sal, repouso e anti-hipertensivos. Mas a cura mesmo só ocorre com o parto. Com a retirada da placenta, o quadro materno costuma regredir totalmente. Existem novos tratamentos em estudo cujo alvo é justamente aquela molécula, o sFlt-1. Estudam-se substâncias que reduzem esse marcador ou mesmo anticorpos, desenhados para destruir essa molécula. Os resultados preliminares são promissores, mas ainda estão no terreno experimental. Mas o melhor tratamento mesmo, é claro, é a prevenção.

Dicas para mães de primeira viagem 1024 184 Andre

Dicas para mães de primeira viagem

A experiência de ser mãe é única. É, ao mesmo tempo, gratificante e estressante. Para amenizar essa segunda parte menos agradável, organizamos uma série de dicas e conselhos às mães de primeira viagem 😀

Amamentação

Você não irá amamentar a criança imediatamente após o nascimento, logo, não se preocupe com isso. É natural o leite levar em média 72 horas para descer. Esse é mais ou menos o tempo que o bebê precisa repousar para se adaptar à vida extrauterina. Depois disso, ele acordará com fome e poderá ser amamentado.

Durante este período de sono, o bebê se alimenta da própria gordura. Resultando na perda de cerca de 10% do peso, outro fato que você não deve se preocupar. Eles recuperam e engordam rápido!

E este é o sinal que seu neném está mamando bem, outra dúvida frequente das mulheres. É sempre bom lembrar que não existe “leite fraco” – já desmitificamos esse assunto AQUI. Sua dieta também deve permanecer a mesma da gravidez para não alterar a qualidade do leite e a saúde da criança.

 “Agora quero ser ‘mãe de segunda viagem’”

Muito legal sentir esse desejo, mas você vai ter que esperar um pouquinho: no mínimo 6 meses após o parto. Acontece que quando a mulher engravida, a amamentação é interrompida. Ou seja, pode prejudicar o 1º filho.

Retorno à vida sexual

De novo, você vai ter que esperar um pouco. Pelo menos uns 40 dias depois de dar à luz. Até lá, o útero ainda está em estado de regressão, isso é, voltando ao seu tamanho original. É comum que a mulher tenha sangramentos durante esse tempo também e a abstinência sexual é recomendada para evitar infecções. Mesmo um pouco depois da quarentena, a mulher ainda não deverá ter muito libido. Ou seja, os hormônios se estabilizam depois de 6 meses.

 Queda de cabelo

Ainda nessas mudanças hormonais, a queda acentuada de seus cabelos depois de alguns meses do nascimento da criança também é comum. Até a normatização hormonal no segundo semestre, recomenda-se o uso de xampu neutro. Entretanto, como este é um tema caro às mulheres, Mama preparou um mini artigo só para este tópico. Confira AQUI.

Qual a melhor posição para o bebê dormir?

Essa é uma das perguntas mais frequentes entre as mães de primeira viagem! De barriga pra cima sempre. Segundo alguns estudos, qualquer outra posição pode acarretar a síndrome da morte súbita. Quando o bebê for capaz de se virar sozinho na cama, aí ele poderá ficar em posições diferentes.

“Meu bebê costuma espirrar quando vou trocar a roupa dele. É normal?”

Sim, é. Nessa hora, a temperatura do corpo dele cai um pouco, fazendo-o espirrar.

“Ele já sai vacinado do hospital?”

Normalmente são aplicadas as doses da BCG, contra a tuberculose e hepatite B. Mas é sempre bom verificar e perguntar se está tudo certinho.

O momento certo para o bebê passear

Dúvida frequente das mães de primeira viagem: quando posso sair com meu filho pelas ruas. Os dois primeiros meses de vida é bom a criança ficar só em casa; eles servem para estabelecer um forte vínculo entre mãe e filho. Além disso, a pele da criança ainda é muito sensível e delicada – até mesmo o protetor solar só é recomendado após seis meses de vida.

Essas são as dúvidas mais frequentes entre as mamães de primeira viagem. Muito provavelmente você deve ter as suas particulares. Portanto, não deixe de nos escrever, seja via comentário ou inbox.

Fique ligada em Mama para mais informações sobre saúde gestacional e neonatal.

Como é a gravidez de uma mulher soropositiva? 1024 184 Andre

Como é a gravidez de uma mulher soropositiva?

Gravidez soropositiva, como é essa gestação? Infelizmente, portadores do vírus HIV/AIDS ainda são estigmatizados socialmente. Isso acarreta um fardo a mais a essas pessoas além da própria doença que, apesar dos progressos nos últimos anos, possui efeitos colaterais e requer cuidados especiais.

No caso de mulheres soropositivas que têm o desejo de engravidar, alguns cuidados devem ser tomados. Seguindo as orientações médicas direitinho, as chances da chamada transmissão vertical, ou seja, de mãe para filho, são mínimas.

No geral, a mãe deve usar remédios antirretrovirais combinados com o recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação. Infelizmente, o leite materno carrega o vírus, mas o SUS fornece o substituto (fórmula infantil) até os 6 meses de vida. Esse prazo também pode ser estendido até 12 meses em alguns estados. Em adição, a mãe pode recorrer a bancos de leite. Sem qualquer cuidado, no entanto, as chances de a criança ser infectada sobem drasticamente.

Qual tipo de parto é o mais recomendando durante uma gravidez soropositiva?

Conforme o Ministério da Saúde, o tipo de parto recomendado depende do estado de saúde materno. Se, após a 34ª semana, a carga viral é igual ou maior que 1000 cópias/ml de sangue o mais indicado é a cesariana eletiva; aquela realizada antes de começar o trabalho de parto, portanto, sem o rompimento da bolsa. Normalmente, ela é marcada para a 38ª semana.

As gestantes que chegam à maternidade em trabalho de parto e/ou não fizeram o tratamento no pré-natal, o médico irá avaliar, caso a caso, a melhor forma de proceder o parto. Ele vai levar em consideração a fase e o tempo previsto para os procedimentos de cada um, assim como a probabilidade de complicações. Isso ainda se o trabalho de parto estiver acelerado ou não. Tudo é levantado para os profissionais de saúde tomarem decisões acertadas.

Durante o parto toda grávida soropositiva deve receber AZT na veia do começo do trabalho de parto até o nascimento da criança. Para cesáreas, o consumo do medicamento será feito 3 horas antes da cirurgia até o nascimento.

O recém-nascido também precisa do AZT das primeiras duas horas de vida às próximas 6 semanas, além do acompanhamento em serviço de referência para crianças expostas ao vírus. A alta da maternidade deve ser feita com consulta marcada para esse acompanhamento da criança. E a data não deve ser superior a 30 dias a partir da data de nascimento.

Para mais informações de saúde gestacional e neonatal, continue a acompanhar nosso site e redes sociais. Ficou com alguma dúvida? Comente ou mande diretamente no e-mail.

Queremos te ouvir! 😉

Benefícios da gravidez para o corpo 1024 184 Andre

Benefícios da gravidez para o corpo

O período gestacional é um momento de muitas alegrias e mudanças da gravidez para o corpo. No entanto, algumas mulheres sofrem certo pânico com relação à seu próprio corpo por conta das grandes mudanças em um curto período de tempo.

Mas com a dedicação e compromisso com alimentação e exercícios, as grávidas podem se sentir revigoradas, aproveitando os benefícios da gravidez para o corpo trazidos durante esse período único. Mas quais são esses benefícios para o corpo e mente? Nós listamos a seguir.

Confira 7 benefícios da gravidez para o corpo

Unhas e cabelos mais fortes

É bem comum algumas mães comentarem que seus cabelos cresceram mais e ficaram mais fortes durante a gravidez!

O BabyCenter, um dos maiores portais de informações para mães e grávidas no mundo, afirma que não é regra essa melhora nos folículos, mas durante a gravidez, a produção de hormônios aumenta. Isso contribui para que o cabelo permaneça na fase anágena (fase de crescimento). Assim, eles se quebram e caem com menos frequência, além de ficarem mais fortes e grossos, dando a impressão de que cresceram mais.

Entretanto, outras mães podem experimentar uma queda de cabelo mais acentuada.

Rejuvenescimento

A retenção de líquidos contribui para uma aparência mais jovem, como afirma Natalia Ayres em seu artigo para o portal Minha Vida. O corpo, apesar de inchado, fica rico em hormônio estrógeno que melhora o colágeno e textura  da pele, além de melhorar a oleosidade, que garante uma aparência mais jovem.

Seios maiores

Por conta do início da produção de leite e pela retenção de líquidos, o tamanho dos seios pode aumentar. Esse fator pode ser importante para a autoestima da mulher. No entanto, busque por novas roupas íntimas a fim de esse crescimento não afetar sua posição corporal, evitando possíveis dores na coluna.

Aumento do desejo sexual

O excesso dos hormônios estrógeno e progesterona durante a gestação é responsável pelo aumento da libido. Dessa maneira, seu desejo sexual pode aumentar bastante nesse período. Outro benefício é o aumento de sensibilidade vaginal. Como a região é permeada de vasos sanguíneos, a preparação para o momento do parto a deixa muito mais irrigada e sensível, facilitando o orgasmo.

Nada de tensão, nem menstruação.

A maioria das mulheres considera esse o melhor dos benefícios. Durante a gestação, os ciclos menstruais são interrompidos. No entanto, algumas mulheres ainda sentem certos desconfortos e cólicas por conta do crescimento do útero. Outro ponto dessa questão é que a menstruação não costuma voltar tão rapidamente após o nascimento do bebê. Isso oferece alguns meses sem o desconforto mesmo não estando mais grávida.

Sono melhorado

Existe uma nova vida se formando dentro de seu corpo. E isso consome energia! Seu organismo é responsável por gerar todos os nutrientes para alimentar esse crescimento. Por isso é normal se sentir cansada, principalmente no primeiro e último trimestre da gestação. Escute o pedido do seu corpo para tirar longos cochilos sempre que puder e enquanto o crescimento da barriga não for suficiente para deixá-la desconfortável.

Paladar Aguçado

Sabe aquela tradição de que grávidas têm desejos estranhos? Pois é, seu bebê não irá nascer com cara de couve-flor, mas esse desejo repentino é real! Esse fator está ligado à mudança no olfato: ele fica mais sensível, o que aumenta o paladar, consequentemente.

Aproveite esse momento único da sua vida. Apesar de tudo, a gestação também traz benefícios – muito além dos quais você imagina!

Você já passou pela gravidez? Por que você não comenta aqui como foi a sua experiência? Isso pode ajudar outras gestantes também 😉

Até a próxima 😉

Veja mais sobre o pré e neonatal na sessão Saúde Gestacional.

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Epilepsia na gravidez 1024 184 Andre

Epilepsia na gravidez

Epilepsia na gravidez pode afetar a formação do feto

Afetando tanto homens quanto mulheres, a Epilepsia está presente em cerca de 1% da população mundial. Apesar de ser uma das doenças mais antigas e conhecidas, até hoje não se chegou a uma cura.

Como funciona o tratamento?

O que existe é tratamento com medicação controlada para adiar e amenizar os efeitos danosos. Em casos mais graves, onde remédios se mostram ineficientes, o paciente é passível de cirurgia.

A epilepsia nada mais é do que distúrbios no cérebro: ondas emitidas intensa e desordenadamente pelo córtex para todos os músculos do corpo provocando o chamado “ataque epilético”. Alem disso, essas convulsões podem variar muito em intensidade e duração de pessoa para pessoa. Há duas maneiras de você adquiri-la: naturalmente através de herança genética – o que é mais comum – ou quando o cérebro sofre alguma lesão por pancada, AVC, tumor na cabeça, dependência química, entre outras coisas. Grandes personalidades foram epiléticas como Júlio Cesar, Alexandre Magno, Napoleão Bonaparte, Machado de Assis e a lista pode ir seguindo.

Apesar desses exemplos notórios, as pessoas epiléticas sempre sofreram estigmas sociais. Acreditava-se que eram seres amaldiçoados, depois, inválidos e malquistos. Uma consequência disso foi a baixa fertilização deles, já que ninguém queria ter nenhum contato com os mesmos, o que também gerava baixa-autoestima. Consequentemente as mulheres sofreram ainda mais com isso. Até 1986, no estado norte-americano da Carolina do Sul, esterilização involuntária em mulheres epilépticas foi aceita legalmente. Até hoje é o transtorno neurológico mais comum durante a gravidez, podendo ocorrer em até 0,6% delas. Gestações assim são consideradas de alto risco.

Como é a gestação de quem tem Epilepsia ?

A despeito de tudo isso, toda mulher, epilética ou não, tem o direito de ser mãe se quiser. É necessário, porém, um acompanhamento especial e intensivo nesses casos, visando sempre a saúde dela e da criança. Acima de tudo, a mulher epilética tem que saber que seu bebê pode nascer com problemas como dismorfismo facial. Infelizmente, remédios para controlar a epilepsia podem potencializar os riscos de defeitos congênitos no feto. A criança pode nascer com fissuras no seu da boca, nos lábios e até problemas nas genitálias. Na verdade, Um estudo realizado pelo Hospital de Belfast, na Irlanda do Norte, relatou que são alguns medicamentos específicos contra epilepsia que causam isso: topiramato e ácido valpróico.

A consulta com especialistas se urge para achar alternativas a estas substâncias e apontar o caminho mais indicado. Reposições de ácido fólico também podem ser recomendadas; normalmente, tomar três meses antes e três meses depois de engravidar. Você tem algum caso ou mesmo dúvida que gostaria de relatar? Deixe seu comentário logo abaixo! Toda experiência é válida e pode ajudar outras pessoas.

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Enxaqueca na gravidez? 1024 184 Andre

Enxaqueca na gravidez?

Enxaqueca na gravidez pode ser sinal de pré-eclâmpsia

É comum sentir dores de cabeça ou até enxaqueca na gravidez. Entretanto, é preciso ficar atenta aos sinais dessas dores. A Pré-Eclâmpsia é a principal causa de morte entre mulheres grávidas no Brasil.  Porém, apesar desses dados, ainda se fala pouco sobre o assunto.

As dores de cabeça podem ser resultado da fome, da sede, do cansaço ou, até mesmo, da abstinência à cafeína. Se comer alguma coisa, beber mais água ou desacelerar a rotina melhoram as dores, é possível que você esteja com dores de cabeça tensionais.

Elas tendem a diminuir ao longo da gestação devido às altas cargas hormonais produzidas pelo seu corpo. Porém, não deixe de atentar-se aos sinais.

Principais sintomas

Um quadro de enxaqueca, diferentemente da dor de cabeça tensional, costuma provocar dores muito fortes e em apenas um lado da cabeça. Consequentemente ela piora com atividades físicas de qualquer espécie e ainda causa enjoos e vômitos. Esses sintomas podem acompanhar, ainda, sensibilidade na vista e na audição, inchaços e dor perto das costelas.

A enxaqueca pode estar diretamente relacionada à hipertensão. Os sintomas acima citados, comumente causados pela pressão alta, acontecem devido ao trânsito intensificado de sangue nas veias e, no caso do inchaço, graças à retenção de líquido característica da hipertensão.

E hipertensão é alerta vermelho para a Pré-Eclâmpsia. Por isso, é preciso estar atenta aos sinais de enxaqueca e monitorar a pressão sanguínea durante a gravidez. Qualquer suspeita, converse imediatamente com seu médico. Certamente ele saberá tomar as devidas providências.

Automedicação deve ser evitada

Importante frisar, também, que a automedicação deve ser evitada a qualquer custo durante a gestação. Se as dores de cabeça não parecem dar trégua, peça orientação ao seu médico. Ele saberá indicar o remédio adequado ou, até mesmo, uma mudança de hábito que melhore as dores e dispense a medicação.

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Grávidas podem tomar aspirina? 1024 184 Andre

Grávidas podem tomar aspirina?

Aspirina na gravidez, eu posso tomar?

Esta é uma dúvida frequente entre gestantes. Aliada em potencial contra a Pré-Eclâmpsia, é preciso tomar cuidado com a aspirina na gravidez.

Classificada como um anti-inflamatório não esteroide, a aspirina atua como analgésico, antitérmico e anticoagulante. O medicamento é usado com frequência como “afinador do sangue”.

Consulte o seu médico

É imprescindível que a gestante consulte seu médico antes de usar qualquer medicamento, uma vez que tanto a dosagem quanto a interação do remédio com o corpo podem colocar em risco a vida da mãe e do bebê.

Com a aspirina, não é diferente. A administração de uma dosagem adulta do medicamento, por exemplo, é arriscada para gestantes e, também, para quem planeja uma gravidez.

Se você quer engravidar em breve ou está no início da gestação, consulte seu médico o quanto antes, pois o uso de aspirina ou de qualquer outro anti-inflamatório do mesmo tipo nesses períodos aumenta as chances de aborto.

No caso do uso de aspirina durante ou perto do final da gestação, os riscos englobam sangramentos, comprometimento do parto, além de possíveis danos cardíacos e pulmonares ao recém-nascido.

Entretanto, a administração de doses baixas da aspirina na gravidez pode ser uma aliada contra a Pré-Eclâmpsia. Embora não se saiba ao certo a causa da doença, existe a suspeita dela ser provocada a partir da aglomeração de plaquetas. Assim, a ação anticoagulante da aspirina poderia evitar esse quadro.

Uma conhecida alternativa à aspirina durante a gravidez é o Paracetamol. Como seus efeitos se dão no sistema nervoso central, diferentemente da aspirina, que age diretamente no corpo, seu uso na gestação costuma ser mais aconselhado.

Mas não se esqueça: consulte seu médico antes de tomar qualquer medicamento. Sua saúde e a de seu bebê devem ser colocadas sempre em primeiro lugar.

Veja mais sobre o pré e neonatal na sessão Saúde Gestacional.

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Doenças raras: Deficiência da biotinidase 1024 184 Andre

Doenças raras: Deficiência da biotinidase

Entendendo a Deficiência da biotinidase

Novamente o Portal Mãe Que Ama traz para as mamães uma doença que pode atingir seus filhos desde seu nascimento, a Deficiência da biotinidase.

A biotina é uma vitamina necessária para o bom funcionamento de nosso corpo. A compleição do corpo humano é notável, porque muitas das substância providas para nosso organismo pode vir de alimentos, o ar que respiramos, e até mesmo a luz solar. A biotina se enquadra como um desses elementos.

A biotina é regulada pela enzima da biotinidase, que é responsável pelo ciclo da vitamina separando a biotina das proteínas dos alimentos. Dessa forma, a enzima também permite que a biotina seja reciclada diversas vezes, diminuindo a necessidade de consumo diário.

Essa vitamina é particularmente essencial pois permite que as enzimas carboxilases desempenhem sua função, influenciando no metabolismo de alguns tipos de carboidratos, gorduras e proteínas.

Portanto, temos duas enzimas co-relacionadas, uma é a biotinidase responsável por regular a biotina. A outra é a carboxilase que necessita dessa biotina para o bom funcionamento do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas.

Quando há uma deficiência em uma das enzimas, no caso, a biotinidase, quebrando todo esse ciclo devido ao mau funcionamento da biotinidase. Com isso, a biotina contida nos alimentos não pode ser utilizada pelas carboxilases. Esse problema congênito leva a necessidade de uma dieta com muita biotina livre no organismo uma vez que em sua ausência, problemas passam a surgir no organismo nos mais variados graus, por isso fique atenta!

Sintomas da deficiência da biotinidase

A falta da biotina em uma criança pode provocar diversas consequências em sua saúde e desenvolvimento. Como resultado a criança pode apresentar retardos no crescimento, erupções na pele, perda de audição, problemas na fala, entre outros.

Como a doença pode apresentar sintomas singulares, é de difícil diagnóstico clínico, quando o exame é posterior a natalidade da criança em razão da doença poder ser diagnostica logo nos primeiros dias de vida pelo teste do pezinho.

O teste é um direito de todo cidadão e deve ser aplicado em toda criança no território da federação brasileira, leia mais sobre o assunto aqui. A seguir temos uma lista de outras possíveis manifestações da doença que denunciam a deficiência da biotina.

  • Queda de cabelo acentuada (da raiz);
  • Hipotonia;
  • Acúmulo de ácido lático no corpo;
  • Perda de coordenação muscular;
  • Conjuntivite;
  • Problemas de visão;
  • Cansaço;
  • Excesso de amônia no sangue;
  • Problemas respiratórios;
  • Infecções fúngicas;
  • Dificuldade para alimentar-se;
  • Aumento do fígado;
  • Aumento do baço;

Esses sintomas não possuem uma data certa para se apresentarem. Existem casos de manifestações prévias e outras muito tardias, mas geralmente apresentam-se durante o terceiro e sexto mês de vida.

Vale ressaltar a gravidade dessa doença congênita: a deficiência da biotinidase não diagnosticada e tratada pode ser catalogada como uma das causas da Síndrome da Morte Súbita na Infância, porém ainda carecem de mais estudos para esse fato.

Como é o tratamento?

O tratamento em si é extremamente simples. Contudo, o maior risco e efeitos colaterais são fruto da ausência de diagnóstico e do tratamento da deficiência na enzima na biotinidase. Portanto, pode ser suprido com a ingestão direta da biotina. Em crianças que foram diagnosticadas precocemente pelo teste do pezinho, a incidência de danos a saúde é praticamente nula. Ela é caracterizada por ser a doença triada no neonatal mais fácil, barato e eficaz de se cuidar.

Por isso fique atenta, é sempre bom relembrar que a simples realização do teste do pezinho pode mudar toda uma vida!

Veja mais sobre o assunto na sessão: Recém-nascido.

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Galactosemia: saiba mais sobre a doença 1024 184 Andre

Galactosemia: saiba mais sobre a doença

Tenha cuidado na hora de escolher os chocolates durante a páscoa.

Páscoa é um período literalmente doce! É um momento de união, esperança, harmonia e claro: chocolates. A alegria dos pequenos começa com a expectativa da chegada do coelhinho da páscoa trazendo aquele ovo delicioso. Entretanto, os pais devem ficar atentos, pois não são todas as crianças que podem consumir qualquer tipo de chocolate, e uma das causas mais sérias é a Galactosemia.

Mas o que é a Galactosemia?

As crianças galactosêmicas, assim como as com intolerância a lactose, necessitam de dieta restritiva para alimentos que contenham galactose. A galactose é o açúcar presente no leite e, por isso, tanto o leite quanto seus derivados são proibidos na dieta da criança. O consumo desses produtos tem efeito cumulativo e pode piorar o quadro do Galactosêmico.

Falando em termos médicos, a Galactosemia é uma doença congênita que apresenta defeito em uma das três enzimas, são elas: galactose-1-fosfato, galactoquinase e da galactose-4-fosfato epimerase. O defeito em uma dessas enzimas pode ocasionar o acúmulo de galactose e de galactose-1-fosfato no sangue e tecidos, esse efeito leva a uma dificuldade na conversão de galactose (açúcar presente no leite) em glicose.

Sintomas da Galactosemia

Por se tratar de uma doença congênita, existe uma série de consequências para a vida do indivíduo. Se a Galactosemia não for cuidada, pode levar a condições irrecuperáveis em seu quadro clínico, manifestando sintomas como diarreias, icterícia e complicações oculares. Em quadros mais graves, há a possibilidade de os sintomas refletirem em problemas neurológicos, renais, hematológicos e hormonais. Portanto, a gravidade da ingestão de galactose por galactosêmicos tem potencial de prejudicar seriamente a saúde da criança.

A Galactosemia é uma doença que deve ser moderada por uma dieta rigorosa, sem a presença de açúcares do leite e lactose. Entretanto, ainda pode haver prejuízos para criança durante seu desenvolvimento, pois o leite continua sendo a fonte de cálcio mais rica conhecida e sua substituição deve se dar pelo uso de suplementos, do contrário pode haver prejuízos de caráter mental e psicológico.  

Como diagnosticar meu bebê?

Um dos temas mais recorrentes no Portal Mama é o Teste do Pezinho, e a Galactosemia é uma das doenças rastreadas pelo teste! O exame é um direito de toda mãe e criança em todo território brasileiro, prevenindo prejuízos à saúde e desenvolvimento do bebê. Leia mais sobre o teste do pezinho aqui.

Caso os 30 dias de tolerância para realização do teste passarem, o diagnóstico fica impreciso e mais demorado. Após esse período, o usual é a análise da atividade enzimática, por isso o acompanhamento deve ser feito o quanto antes. Do contrário, logo nos primeiros dias de vida a criança pode correr o risco de ser levada a internação.

Tratamento da Galactosemia

A doença não possui cura, porém através de uma dieta adequada o indivíduo pode levar uma vida saudável. A recomendação é um regime restritivo e evitar qualquer alimento que possua lactose ou galactose. Leite e seus derivados são excluídos da dieta da criança.

A não ingestão de lactose e galactose contribui para a normalização dos sintomas apresentados pelo paciente. No entanto, pode haver alguns efeitos colaterais, como deficiência de aprendizagem, disfunções no aparelho sexual feminino e distúrbios da fala.

Época de Páscoa

Agora que você já sabe sobre essa complicação, vamos descobrir mais sobre a composição de cada tipo de chocolate! E essa informação também pode ajudar as mães que têm filhos intolerantes a lactose. Existem diversos sabores de chocolate, mas eles podem ser agrupados em três tipos: amargos, ao leite e brancos.

Amargos: Se existe um verdadeiro chocolate, esse é o próprio. Sua composição agrega muito mais cacau, chegando a 80%, o que dá aquele sabor amargo ao doce! Esse tipo geralmente não contém leite em sua fórmula, portanto recomendamos 100%! Mas fique sempre de olho nos ingredientes do produto, pois pode haver derivados também.

Ao leite: Amado pelos brasileiros, o chocolate ao leite é o mais popular em nosso país, contendo de 20% a 40% de cacau, açúcar e leite. Apesar de muitos terem esse como predileto, se seu filho tiver galactose ou intolerância à lactose, o chocolate ao leite não é o tipo adequado.

Branco: Muitos amam, outros nem tanto. O chocolate branco não tem massa de cacau em sua fórmula, utilizando apenas a manteiga de cacau, açúcar e leite. Apesar de delicioso, se seu filho tiver galactose ou intolerância à lactose, esse tipo não é permitido.

Alimentos proibidos

Além do chocolate, selecionamos alguns alimentos para alertar aos pais de filhos com complicações na ingestão de galactose e lactose. Entre os consumíveis temos:

Derivados do leite:

  • Manteiga e margarina
  • Leite em pó
  • Nata, coalhada
  • Queijos
  • Caseína (substância encontrada em suplementos)
  • Requeijão
  • Iogurtes

Carnes e proteínas:

  • Miúdos de carne (fígado, coração, rins)
  • Molho de Soja
  • Proteína hidrolisada

Por fim, fique de olho ao comprar uma gostosura ou fazer uma surpresa para seu filho na Páscoa. Todo o cuidado é pouco quando falamos de saúde.

Até a próxima 😉

Veja mais sobre o assunto na sessão: Recém-nascido.

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Cuidar de um mundo em crescimento significa parar a morte de mãe e filho 1024 184 Andre

Cuidar de um mundo em crescimento significa parar a morte de mãe e filho

Cuidar de um mundo em crescimento significa parar a morte de mãe e filho

Inovações na saúde visam aliviar as pressões que ameaçam a vida das mulheres

Reportagem original do Financial Times, acesse aqui. Traduzida por equipe Mama. Inovações na saúde

Jorge Odón, mecânico argentino com talento para invenção, acordou no meio da noite em 2006 com uma ideia. À época, ele tinha assistido a um vídeo on-line mostrando como extrair facilmente uma cortiça de dentro de uma garrafa de vinho vazia usando um saco de plástico inflado. Até então, todas as invenções patenteadas de Odón haviam sido relacionadas à mecânica, mas naquela noite ele percebeu que a técnica poderia ser adaptada para substituir os nascimentos auxiliados por fórceps.

O potencial da ideia também intrigou Mario Merialdi, então coordenador da reprodução humana na Organização Mundial da Saúde. Em 2008, participou de uma conferência em Buenos Aires e concedeu a Odón uma reunião de 10 minutos após a introdução de um amigo em comum. “Quando eu vi o aparelho, eu nunca voltei [para a conferência]”, lembra ele.

Oito anos mais tarde, uma parceria para desenvolver e comercializar o dispositivo de Odón – que incorpora um aplicador simples, bolsa e bomba manual e requer quase nenhum conhecimento especializado para usar – avançou substancialmente. A Becton Dickinson, empresa estadunidense de tecnologia médica, prometeu 20 milhões de dólares para o projeto, desenhado para tornar o aparelho acessível em países de baixa e média renda. “Este é um caso de teste pra ver se a inovação pode ser feito em grande escala. É realmente importante”, diz Gary Cohen, presidente de saúde e desenvolvimento global da BD. “Se for bem-sucedido, isso estimulará mais confiança. Se não, ele vai enviar um sinal muito ruim, sufocante.”

No entanto, levará mais três anos, pelo menos, antes que o dispositivo chegue ao mercado após os ensaios clínicos e aprovação regulamentar. “Se alguém tivesse me dito que levaria tanto tempo, eu ficaria surpreso”, diz Odón.

Sua experiência demonstra o espaço para inovações simples que poderiam ajudar a reduzir substancialmente os casos desnecessariamente altos de doenças maternas e infantis e morte em todo o mundo. Ele também destaca os desafios envolvidos na promoção, nutrição e fornecimento de tais inovações. Os produtos básicos, incluindo os dispositivos médicos, os medicamentos e os diagnósticos, muitas vezes já existem, mas não são amplamente disponíveis, incluindo muitos dos medicamentos genéricos de baixo custo na lista de “medicamentos essenciais” da Organização Mundial da Saúde.

 

As vacinas, incluindo o sarampo e a febre amarela, têm enorme potencial para prevenir a infecção e a morte. No entanto, mesmo aquelas que estão disponíveis, permanecem subutilizadas, como aconteceu durante o último surto pandêmico de gripe. Isso é, em parte, uma questão de custo, mas também das prioridades dos governos e da capacidade de adquiri-las, armazená-las, distribuí-las e administrá-las.

Enquanto muitos defensores da saúde enfocam suas críticas sobre os altos preços que os produtos farmacêuticos cobram pelos produtos médicos – e a propriedade intelectual que retém sobre eles – menos atenção é dada à necessidade de mais investimento em aspectos técnicos dos sistemas de saúde: pessoal, treinamento e gerenciamento.

Melhorar esses aspectos significa responsabilizar os governos. Uma análise recente publicada na revista médica The Lancet, estimou que 216 mulheres por 100000 nascidos vivos morreram de causas maternas em 2015 – menor do que em 2000, quando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio foram estabelecidos, mas muito aquém dos números-alvo estabelecidos pelos ODM e suas substituições, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A implantação mais ampla de opções já disponíveis poderia fazer a diferença a um custo relativamente baixo. Por exemplo, as últimas estimativas sugerem que 225 milhões de mulheres e meninas em países em desenvolvimento – particularmente os mais pobres e vulneráveis – ainda têm uma “necessidade não satisfeita” de contraceptivos modernos, o que significa que os usariam se estivessem disponíveis.
Por sua vez, a melhoria do planeamento familiar reduziria o risco de gravidez indesejada, permitindo que as mulheres se assegurassem de que não tenham filhos jovens demais, com demasiada frequência ou em circunstâncias que impeçam os seus próprios caminhos para a educação e emprego. Amamentação exclusiva faria muito para melhorar a saúde materna e infantil, fornecendo uma forma natural de contraceptivos para espaçar as gestações e melhorar significativamente a nutrição infantil. Listas de verificação médica, popularizada pelo cirurgião e escritor Atul Gawande, podem garantir procedimentos consistentes, como para o nascimento da criança e cuidados pré-natais.

 

Esta revista enfoca os problemas mais sérios enfrentados por mulheres e crianças em todo o mundo atualmente, bem como uma série de possíveis soluções: as leis de aborto extremamente duras de El Salvador, que muitas vezes veem as mulheres presas por homicídio agravado; a situação das crianças refugiadas em toda a Europa; as altas taxas de fertilidade do Chade e os esforços da China para se livrar dos partos por cesarianas desnecessárias após a reversão da sua política de filho único. Ele também destaca cinco exemplos de inovações que já demonstraram impacto e agora precisam de apoio – seja de financiamento, de experiência ou de parceria. Convidamos as leitoras que estão interessadas em ajudar a sustentar, replicar ou ampliar esses projetos para entrar em contato com showcase@ft.com.

Ao lado de produtos médicos como o dispositivo de Odón, esses perfis descrevem abordagens simples como o cuidado da mãe canguru, originalmente desenvolvido na Colômbia na década de 1970, mas agora fazem a diferença em todo o mundo. Outras inovações na saúde incluem o recrutamento e treinamento de trabalhadores de saúde comunitária para fornecer cuidados de porta em porta em Uganda e programas de seguro de saúde subsidiados, como um projeto pioneiro no estado de Kwara, na Nigéria. Seu sucesso inicial estimulou o debate sobre a introdução de um programa estadual, permitindo que indivíduos mais ricos apoiem os custos dos prêmios para os pobres.

 

O Quênia introduziu um ambicioso contrato de vários anos que coloca o ônus sobre os fabricantes não só para fornecer equipamentos médicos, mas também para mantê-los e treinar os trabalhadores da saúde em seu uso. “Em toda a África, há um ferro-velho de equipamentos que é despejado quando dá errado”, diz Nicholas Muraguri, secretário principal do Ministério da Saúde do país.

Anteriormente, o Quênia tinha apenas duas unidades de cuidados intensivos, e um punhado de centros de diagnóstico e diálise. Pacientes em áreas remotas foram efetivamente condenados a morrer, argumenta ele. O novo contrato de vários anos com cinco fornecedores multinacionais oferece suporte aprimorado em todo o país.

 

Entretanto, algumas inovações na saúde estão condenadas ao fracasso porque a tecnologia envolvida é muito sofisticada, ou porque seu modelo de negócios nunca foi sustentável. Uma série de projetos só estão sendo realizados graças aos doadores após vários anos de financiamento.

O truque é encontrar os modelos certos e os parceiros certos: sejam para fins lucrativos e investidores sociais, governos e doadores filantrópicos; ou assessoria técnica e expertise de consultores e empresas. Em última análise, eles devem ser suficientemente eficazes para ganhar o apoio do setor público – seja para financiamento ou coexistência.

Babatunde Osotimehin, diretor-executivo do Fundo das Nações Unidas para a População e ex-ministro da Saúde da Nigéria, ressalta a importância de ideias que podem ser integradas aos planos governamentais e que refletem suas prioridades. Caso contrário, elas nunca serão aplicadas, diz ele.

Tim Evans, diretor sênior de saúde, nutrição e população do Banco Mundial, defende a necessidade de se concentrar em inovações de tamanho significativo para garantir que elas podem ter impacto e ser sustentáveis. “Projetos pequenos são, muitas vezes, incapazes de chegar à larga escala”, diz ele. “Financiamento inovador e a capacidade de implementar são essenciais para o real impacto.”

Grande parte da inovação necessária para aliviar a má saúde das mães e crianças é fazê-la conjuntamente com pessoas, sistemas e financiamento. Como Arnab Ghatak, um sócio sênior na saúde pública global em McKinsey o põe: “Nós temos muita tecnologia que nós necessitamos. É realmente uma questão sobre entrega e envolvimento com os governos.”.

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