Saúde Mamãe

O que é Pré-eclâmpsia? Especialista explica, assista ao vídeo 1024 359 Andre

O que é Pré-eclâmpsia? Especialista explica, assista ao vídeo

Maio é o mês de conscientização da Pré-eclâmpsia. Você sabe o que é essa condição?

Exclusiva da gravidez, a Pré-eclâmpsia é caracterizada pela elevação da pressão arterial, associada ao inchaço e perda de proteína na urina, e pode surgir também sem apresentar sintomas e evoluir para quadros graves como a Eclâmpsia e a Síndrome de Hellp.

É muito importante fazer o acompanhamento pré-natal corretamente para um diagnóstico logo no início, evitando complicações e consequências mais graves para mãe e bebê. No vídeo, o Ginecologista e Obstetra Dr. Mário Burlacchini, especialista em Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco, explica a Pré-eclâmpsia.

Assista e compartilhe. A informação pode salvar vidas! 😉

 

Covid-19 x Gestação e Pós-parto 1024 403 Andre

Covid-19 x Gestação e Pós-parto

Uma das dúvidas mais frequentes nesse período de pandemia está relacionada aos riscos que a COVID-19 representa para as futuras mamães, tanto na gestação como no pós-parto, incluídas recentemente no grupo de risco!

É muito importante conversar com os médicos sobre as medidas preventivas a serem adotadas e também sobre como prosseguir com as consultas, tanto de pré-natal como no pós-parto e de pediatria. O acompanhamento não pode parar e precisa ser feito em segurança‼️


⚠️Os especialistas alertam que as mudanças imunológicas próprias dessa fase da mulher podem deixar as futuras e recém mamães (puérperas) mais vulneráveis e seu adoecimento grave, pela COVID-19 ou qualquer outra doença, pode comprometer sua saúde e a do bebê, incluindo os riscos associados ao parto prematuro⚠️


A infecção pela doença em si não é uma indicação, até o momento, para a antecipação do parto, a menos que a segurança da mãe e do bebê esteja comprometida pelo agravamento do caso.


Por isso, é preciso redobrar os cuidados para evitar contaminação‼️


Lembrando que ainda não existem dados específicos, é tudo muito novo e muda a todo o momento, então, precisamos ficar atentos e buscar informações confiáveis e oficiais sempre!

Doula: quem é e qual o seu papel? Entenda 1024 359 Andre

Doula: quem é e qual o seu papel? Entenda

A Doula é uma profissional contratada para estar presente na cena do pré-parto, do parto e no pós-parto, seja ele natural, normal ou cesárea. Ela orienta e dá suporte físico e emocional para a gestante, auxiliando no processo de satisfação em relação aos momentos que envolvem a gestação e o nascimento do bebê e da nova mamãe. Para entender mais sobre esse trabalho lindo, conversamos com a Doula Karine Alves, mãe da Helena e do Raul. Ela também é terapeuta integrativa, presidente da Associação Potiguar de Doulas (RN), e falou sobre a atuação dessas profissionais, o que elas podem e não podem fazer, como funciona a legislação, as dificuldades encontradas e alguns mitos sobre esse trabalho. Confira!

 

MQA: O que é Doula? Qual o seu papel?

KARINE ALVES: Doula é uma pessoa, geralmente mulher, que está presente na cena do pré-parto, parto e pós-parto imediato, dando suporte físico e emocional para a gestante, seja ele natural, normal ou cesárea.

 

MQA: Como é a atuação da Doula no pré-natal, parto e pós-parto?

KARINE ALVES: No pré-parto, a Doula faz um trabalho informativo, ela traz conhecimento sobre as boas práticas na assistência. No parto, ela ajuda a mulher a passar por todo o processo da forma mais natural e minimamente invasiva. No pós-parto, a Doula dá suporte com a amamentação, noites mal dormidas e cuidado com o recém-nascido, além de também ser capaz de dar suporte às dificuldade do puerpério.

 

MQA: O que a Doula pode e não pode fazer?

KARINE ALVES: Doula não faz aquilo que diz respeito à parte técnica do parto, mas ela pode segurar a mão da gestante e tranquilizar suas dores físicas e emocionais, utilizando métodos não farmacológicos, como massagem, aromaterapia, toque, olho no olho.

 

MQA: Como é a relação com as maternidades e os profissionais da área médica?

KARINE ALVES: Essa relação vai depender muito da localidade. Algumas ainda são muito resistentes, como observamos no estado do Rio Grande do Norte,  acredito que pela falta de informação e pelos mitos que cercam a figura da Doula.

 

MQA: O trabalho da Doula é reconhecido? Existem leis que regulamentam?

KARINE ALVES: Doula está na categoria de ofício, é um ofício cadastrado desde 2013 no CBO (Cadastro Brasileiro de Ofícios – n° 32.2135). Existem leis municipais e estaduais em algumas cidades que asseguram a presença das doulas nas maternidades. Em Natal-RN, temos a lei 542/2018 municipal e a lei 10611/2019 lei estadual.

Ainda não existe um órgão fiscalizador, porém, muitas cidades já têm associações e essas fazem o papel de resguardar as doulas associadas, passando confiabilidade na formação e na sua conduta. Há uma Federação Nacional, a FENADOULAS, que está em seu segundo ano, coordenando e dando suporte às associações de todo o Brasil.

 

MQA: Como escolher uma Doula?

KARINE ALVES: O ideal é buscar grupos de apoio à gestante, associações da sua cidade/estado e solicitar a lista das que já estão cadastradas. Outra ferramenta importante são as mídias sociais, pelas quais é possível acompanhar o trabalho das Doulas. É essencial sempre procurar saber quantos atendimentos ela já fez, qual a experiência profissional e como e onde foi a formação dela. E mais: a gestante precisa saber quais técnicas para alívio da dor a Doula domina, essa é a principal função da Doula. É muito importante que gestante e Doula estejam alinhadas e entrosadas.

 

MQA: E por que escolher uma Doula?

KARINE ALVES: Com todo movimento em torno do consumo, hoje em dia não damos tanta importância para as nossas emoções quando, na verdade, essa deveria ser a nossa busca inicial. Estar bem emocionalmente e preparar para aceitar as adversidades é fundamental para a satisfação em relação ao trabalho de parto, parto e puerpério.

Quando escolho uma Doula, estou me dando a chance de ficar satisfeita com o parto que tiver e acolher melhor as escolhas diante das possibilidades que surgem.

 

MQA: Quais são os maiores desafios do trabalho como Doula?

KARINE ALVES: Conseguir dar uma boa assistência às gestantes dentro da maternidade, sem encontrar resistência.

 

MQA: O que te motiva a ser Doula?

KARINE ALVES: O amor por ver a vida se fazer na minha frente. É a chance que eu tenho de praticar a gratidão e a aceitação.

 

Sobre a entrevistada:

Karine Alves é Doula, terapeuta integrativa, presidente da Associação Potiguar de Doulas (RN) e mãe da Helena e do Raul. Instagram: @ser_sentindo e @karinealves

Pressão baixa na gravidez: entenda 1024 359 Andre

Pressão baixa na gravidez: entenda

A pressão baixa (ou hipotensão) na gravidez é muito comum devido às alterações hormonais que provocam o relaxamento dos vasos sanguíneos. Eles crescem para receber mais sangue e levá-lo até a placenta, fazendo com que o fluxo perca força e a pressão diminua.

Apesar de não ser grave como a pressão alta (ou hipertensão) durante a gravidez, que pode levar à pré-eclâmpsia ou aborto espontâneo, as quedas de pressão podem causar grande desconforto e provocar sintomas como: sensação de fraqueza, visão embaçada, tonturas, dores de cabeça e, em casos mais graves, desmaios e quedas, colocando gestante e bebê em risco. 

A pressão baixa na gravidez deixa de ser frequente quando o volume de sangue aumenta e o organismo da grávida começa a se adaptar com uma maior quantidade de sangue. Nessa fase, a pressão tende a voltar ao normal.

 

O que fazer em caso de sensação de desmaio?

Sentar, respirar fundo e inclinar o corpo para a frente, levando a cabeça em direção aos joelhos por alguns minutos;

Deitar numa posição confortável e elevar as pernas, se possível, para ajudar a normalizar o fluxo sanguíneo;

Ingerir algo com sal, como bolacha de água e sal, por exemplo.

 

Como evitar a pressão baixa?

Para tentar manter a pressão mais regulada, deve-se evitar mudanças bruscas de posição, bebidas como álcool, refrigerantes e café, assim como comer em intervalos regulares, ingerir bastante água ao longo do dia e evitar ambientes muito quentes, por exemplo. Praticar exercícios físicos leves regularmente também são benéficos para a circulação sanguínea e a pressão arterial.

 

Importante:

Caso os sintomas de pressão baixa persistam por mais de 15 minutos ou surjam com muita frequência é recomendado ir ao hospital ou entrar em contato com o obstetra para uma avaliação clínica, pois apesar de não ser comum, a pressão baixa pode ser sinal de alguma doença que necessita ser investigada e tratada antes que coloque a gravidez em risco.

 

*Com informações do Tua Saúde

Quais são as vacinas indicadas para gestantes? 1024 403 Andre

Quais são as vacinas indicadas para gestantes?

A vacinação é a melhor maneira de proteção de uma variedade de doenças graves e de suas complicações que podem até levar à morte. Vai muito além da prevenção individual. Ao se vacinar e vacinar seus filhos, você está ajudando toda a comunidade a diminuir os casos de determinadas doenças.

E as gestantes também precisam ficar com a vacinação em dia, não é mesmo?! Além de cuidarem da própria saúde, elas transferem os anticorpos aos bebês por meio da placenta e, depois, pelo leite materno, sabia? Essa proteção é fundamental nos primeiros meses de vida da criança, já que o sistema imunológico ainda está se desenvolvendo e fortalecendo.

O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações, oferta quatro vacinas para as futuras mamães:

• Hepatite B – 3 doses (a depender da situação vacinal anterior). Se a mãe transmitir hepatite B para o filho, ele corre um risco enorme de apresentar cirrose hepática e câncer hepático quando adulto. A imunização a partir do 2º trimestre de gestação;

• Dupla Adulto (dT) (previne difteria e tétano) – 3 doses (a depender da situação vacinal anterior);

• dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto) – (previne difteria, tétano e coqueluche) – Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto). Protege a mãe contra as três doenças e o bebê contra o tétano neonatal, que pode ser contraído após o parto se os instrumentos usados para o corte do cordão umbilical estiverem contaminados. No caso da coqueluche, se o bebê for acometido pela doença, ela será mais branda;

• Influenza (gripe) – Uma dose (anual). Pode ser tomada a qualquer momento da gestação, mesmo que a gestante tenha sido vacinada anteriormente. A gripe durante a gravidez pode aumentar em até 30% o risco de nascimento prematuro do bebê.

No caso da vacina contra a febre amarela, se houver surto na região em que a gestante está, o risco-benefício deve ser avaliado pelo obstetra, que indicará ou não a imunização. O mesmo vale para as vacinas que não estão indicadas no Programa Nacional de Imunização.

Lembramos que nada aqui substitui as consultas e orientações médicas, portanto, não deixe de conversar também sobre vacinação com o seu médico! 😉

Acompanhe o Calendário Nacional de Vacinação e previna-se!

Dia das Mães 1024 184 Andre

Dia das Mães

A Carmem é mãe. Tem dois filhos e uma história marcada pela Pré-eclâmpsia e Síndrome de Hellp, mas que ganhou cores, com um lindo arco-íris. Conheça e inspire-se! A informação pode salvar vidas.

Mãe Que Ama deseja a todas as mamães muitos e bons momentos com seus filhos, repletos de saúde, ensinamentos e amor!

Agradecimentos especiais:

– À mamãe Carmem, ao papai Pedro e a Manu que nos receberam em sua casa para a gravação deste depoimento.

– À Andreia Gonçalves, moderadora do Grupo do Facebook “Vencendo a Pré Eclâmpsia”, que nos apresentou essa história.

 

Feliz Dia das Mães!

www.maequeama.com.br

Trombofilia e os riscos para a gravidez 1024 184 Andre

Trombofilia e os riscos para a gravidez

A trombofilia é uma tendência de que o sangue forme trombos, ou seja, acontece quando há maior facilidade para formar coágulos de sangue, aumentando o risco de obstrução dos vasos sanguíneos e, assim, complicações como trombose venosa, AVC ou embolia pulmonar, por exemplo.

Os coágulos formados pela trombofilia surgem porque as enzimas do sangue, que fazem a coagulação, deixam de funcionar corretamente. Isso pode acontecer devido a causas hereditárias, pela genética, ou acontecer por causas adquiridas ao longo da vida, como por gravidez, obesidade ou câncer, e as chances também podem aumentar pelo uso de medicamentos, como anticoncepcionais orais. Pessoas com esta condição normalmente apresentam inchaço no corpo, inflamação das pernas ou sensação de falta de ar.

 

Trombofilia na gravidez

A gravidez em si é um fator de risco para a formação de trombos e a possibilidade de um entupimento requer atenção médica e um tratamento durante toda a gestação. Segundo o Ministério da Saúde, grávidas são até cinco vezes mais propensas a sofrer com trombofilia.

Como o sangue fica mais espesso, pode haver entupimento tanto das veias da mãe como obstrução da circulação do sangue que vai para a placenta. O risco do quadro varia muito. Elas podem apresentar desde inchaço e alterações na pele, trombose nas pernas e outros membros, até situações mais graves, como o desprendimento da placenta, pré-eclâmpsia, redução do crescimento fetal, parto prematuro, aborto e tromboembolismo (quando as artérias ou veias do pulmão ficam obstruídas), quadro que pode levar a óbito.

 

 

Sintomas

Muitas vezes essa condição é assintomática, mas um dos sinais de alerta é o inchaço repentino. Aquelas gestantes que têm pré-eclâmpsia antes de 34 semanas de gravidez também devem ficar atentas. Outro sinal de alerta é quando a barriga da mãe cresce pouco, já que o bebê não se desenvolve como esperado. Em manifestações específicas, os principais sintomas são:

– Trombose venosa profunda: Inchaço de alguma parte do corpo, principalmente as pernas, que ficam inflamadas, vermelhas e quentes;
– Embolia pulmonar: Intensa falta de ar e dificuldade para respirar;
– AVC: Perda súbita de movimentos, da fala ou da visão, por exemplo;
– Trombose na placenta ou cordão umbilical: Abortos de repetição, parto prematuro e complicações na gravidez, como pré-eclâmpsia e eclâmpsia.

 

Diagnóstico

A trombofilia pode ser diagnosticada a partir da suspeita do médico clínico geral ou hematologista pela história clínica e familiar de cada pessoa, que pode pedir alguns exames como hemograma, dosagem de glicemia e colesterol, para confirmar e indicar o melhor tratamento. Quando há suspeita de trombofilia hereditária, principalmente quando os sintomas podem ser repetitivos, além destes exames, são solicitadas as dosagens de enzimas da coagulação do sangue, para avaliar seus níveis.

 

Cuidados e tratamento

A gestante deve ficar ainda mais atenta à balança e praticar atividades físicas com regularidade. Quanto mais avançada a idade da mulher, maior é o risco de trombofilia.

Se for viajar de avião, os exames do bebê têm de estar normais e, mesmo assim, os médicos só costumam liberar trajetos mais curtos, com duração máxima de 4 horas. Nesse período, é importante que a grávida se mantenha bem hidratada e tente se mexer durante o voo. No dia a dia, devem ser tomadas outras precauções gerais, como uso de meias elásticas, controle clínico e obstétrico regular.

De acordo com o histórico pessoal e familiar, e com os resultados dos exames de trombofilia, pode ser necessário uso de heparina e/ou ácido acetilsalicílico, entre outros medicamentos.

O tratamento também é feito com anticoagulante injetável: a aplicação diária de injeções de enoxaparina, princípio ativo que freia a coagulação. Elas são administradas em casa, pela própria mulher ou familiares, na barriga ou na parte interior da perna, e a dose pode variar de acordo com as situações e recomendações médicas para cada caso.

Vale destacar: mesmo com o tratamento, a gestação de grávidas com trombofilia é sempre de alto risco. Por isso, é preciso fazer um pré-natal rigoroso, acompanhando bem de perto tanto a saúde da mãe como a do bebê.

Pré-eclâmpsia: Confira entrevista com Dr. Javier Miguelez 1024 184 Andre

Pré-eclâmpsia: Confira entrevista com Dr. Javier Miguelez

Sempre que falamos em Pré-eclâmpsia recebemos muitos comentários com depoimentos, histórias reais e também perguntas sobre a doença. Percebemos que este é um assunto ainda carente de informações e cercado de dúvidas por parte das futuras mamães. Por isso, insistimos em trazê-lo aqui com diversas abordagens.

Dessa vez, conversamos com o Dr. Javier Miguelez, assessor médico sênior de Medicina Fetal do Fleury Medicina Diagnóstica. Perguntamos sobre diagnóstico e sua importância, principais exames que contribuem para a descoberta da doença logo no início, sintomas, consequências para mãe e bebê, prevenção e tratamento. O médico fala sobre a identificação precoce dos casos para prevenir as formas graves, lembra que o pré-natal só acaba com o parto e alerta as futuras mamães: “o melhor tratamento é a prevenção”.

Confira a entrevista, tire suas dúvidas e aproveite para compartilhar com outras mamães. Vamos juntas salvar mais e mais vidas com informação!

MQA: Qual a importância do diagnóstico precoce de pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A pré-eclâmpsia é um distúrbio que acomete, segunda a OMS, cerca de 5% das mulheres grávidas a partir da 20ª semana de gestação. Embora a maioria dos casos tenha uma evolução benigna, se não diagnosticada a tempo, algumas gestantes podem evoluir para uma de suas formas graves, em particular: a síndrome HELLP e a eclâmpsia. A primeira se caracteriza por lesões no fígado e nos rins e destruição de células no sangue (glóbulos vermelhos e plaquetas). Na segunda, ocorre edema (“inchaço”) do cérebro, convulsões e em alguns casos o coma, deixando em risco a vida da mãe e do bebê. Segundo o DATASUS, no Brasil, aproximadamente uma gestante por dia morre em decorrência da pré-eclâmpsia, que é responsável por cerca de 1 a cada 7 óbitos maternos. A identificação precoce destes casos é importante para prevenir as formas graves.

MQA: Sabemos que a pré-eclâmpsia pode dar sinais ou chegar de forma assintomática. O que é preciso fazer para que esse diagnóstico (no início da doença) ocorra?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A grande maioria dos casos é assintomática nas suas formas iniciais. O sintoma mais comum no início do quadro é a presença de “inchaço” no corpo, sobretudo no rosto e nas pernas. Mas esses são achados comuns também em gestantes normais. Mesmo as formas graves, em geral, são assintomáticas. Alguns desses casos podem ser acompanhados de sintomas, mas, infelizmente, também são inespecíficos: pontos brilhantes ou escuros na vista, dor de cabeça, no estômago e embaixo das costelas, do lado direito. Por isso, o fundamental mesmo é comparecer com frequência nas consultas do pré-natal, pois o diagnóstico é em geral suspeitado inicialmente no consultório médico, pelo achado de elevação na pressão arterial. Em um pré-natal adequado as consultas, que via de regra são mensais, passam a ser mais frequentes na fase final da gestação, pois é justamente nessa época que a maioria dos casos é diagnosticada. Nas últimas semanas de gestação o ideal é que as consultas sejam semanais: o pré-natal só se encerra com o parto.

MQA: Quais os principais exames do pré-natal que são essenciais para uma avaliação da pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: Quando há suspeita clínica de pré-eclâmpsia, ou seja, quando a medida da pressão arterial é maior ou igual a 140×90 mmHg, o teste mais importante é um simples exame de urina, em que são avaliadas a presença e quantidade de proteínas. Alguns exames adicionais podem ser necessários para descartar uma forma grave: exames que avaliam a função dos rins e do fígado, um hemograma completo (que avalia todas as células no sangue), testes que avaliam se há hemólise (destruição de glóbulos vermelhos) e em geral avalia-se também o ácido úrico, que guarda alguma relação com a gravidade do quadro. Mas, até recentemente, não havia nenhum exame que pudesse avaliar o risco de evolução para uma forma grave. Hoje, na rede privada, dispomos de um novo teste, os biomarcadores de pré-eclâmpsia. Trata-se de um exame que avalia a atividade da doença, que é medida pela relação entre duas proteínas o sFIt-1 e o PIGF. Tratam-se de marcadores bem testados do ponto de vista estatístico e com grande respaldo na literatura médica, que podem ser usados tanto para predizer os casos que têm maior risco de complicar e que talvez exijam internação quanto aqueles que provavelmente vão evoluir muito bem, evitando intervenções médicas desnecessárias.

MQA: Quando, de fato, é dado o diagnóstico de pré-eclâmpsia?

DR. JAVIER MIGUELEZ: O diagnóstico ainda é simples e “low-tech”. Basta a medida da pressão arterial (que deve ser realizada em todas as consultas durante o pré-natal) e a constatação da presença de proteínas na urina, que pode ser pesquisado no próprio consultório médico, com uma fita muito semelhante às usadas para o diagnóstico de gravidez. A presença de proteínas na urina, embora seja importante para “carimbar” o diagnóstico, não é obrigatório. Alguns casos, mesmo as formas graves, podem não ter esse sinal, anteriormente considerado imprescindível.

MQA: E quando esse diagnóstico vem, o que é preciso saber e fazer exatamente para evitar complicações e sérias consequências para mãe e bebê?

DR. JAVIER MIGUELEZ: É importante ressaltar que a grande maioria dos casos tem evolução benigna e pode ser controlada com medidas simples, como o repouso, a redução na quantidade de sal na dieta e em alguns casos o uso de medicações para baixar a pressão. Feito o diagnóstico é fundamental que as consultas médicas e, quando indicados, os exames laboratoriais sejam realizados com maior frequência. Também é importante monitorar o bem-estar do bebê, o que pode ser feito por ultrassonografias, que avaliam o crescimento fetal, o fluxo sanguíneo na placenta (o chamado Doppler) e a cardiotocografia, que avalia a frequência cardíaca fetal. Quando disponíveis, os biomarcadores de pré-eclâmpsia (relação sFlt / PLGF) dão ainda mais segurança para conduzir a gravidez. Se houver sinais de que a pré-eclâmpsia pode estar evoluindo para uma forma grave, em geral está indicada a antecipação do parto.

MQA: É possível evitar, prevenir a pré-eclâmpsia? Explique sobre isso.

DR. JAVIER MIGUELEZ: Felizmente, hoje, já há um teste disponível na rede privada que pode predizer a ocorrência de pré-eclâmpsia, logo no início da gestação: o rastreamento bioquímico do primeiro trimestre. Ele avalia três hormônios no sangue da mãe (PAPP-A – proteína A plasmática própria da gestação-, Beta HCG livre e PLGL – placental growth factor), combinados à pressão arterial, fluxo sanguíneo nas artérias uterinas (avaliado por meio de ultrassonografia) e fatores de risco materno, indicados por meio de um questionário que a gestante responde. Com tudo isso, é possível rastrear riscos de desenvolvimento de uma série de complicações na gravidez, sendo a principal a pré-eclâmpsia. Cerca de 90% dos casos mais graves podem ser detectados com esse teste. O mais interessante é que, segundo estudo recente publicado em uma das revistas médicas mais conceituadas, a administração de AAS (aspirina) na dose de 150mg nas gestantes classificadas com risco aumentado no primeiro trimestre é capaz de prevenir mais da metade dos casos de pré-eclâmpsia que se manifestam antes de 37 semanas e cerca de 80% dos casos mais graves, aqueles que exigem a antecipação do parto antes de 34 semanas. Mas atenção: essa medicação só funciona se iniciada antes de 16 semanas de gestação. Por isso pensamos que é importante realizar o rastreamento bioquímico no primeiro trimestre, sempre que o teste estiver disponível. Acredito que uma versão simplificada desse teste possa estar disponível também na rede pública em algum tempo, dada a importância que essa doença tem para a saúde pública do País.

MQA: Quais são as principais consequências da pré-eclâmpsia para mães e bebês?

DR. JAVIER MIGUELEZ: A maioria dos casos evolui bem. Mas as formas graves, se não identificadas precocemente, podem resultar em quadros maternos sérios, com internações hospitalares prolongadas e, infelizmente, até mesmo o óbito. Além dos riscos maternos, existem riscos também para o bebê, principalmente o de alterar o funcionamento da placenta, comprometendo o crescimento do bebê. Nos casos mais graves, há comprometimento da oxigenação do bebê e até mesmo óbito. Cerca de um a cada 5 óbitos fetais são decorrentes da pré-eclâmpsia. Como as formas graves podem exigir a antecipação do parto em idades gestacionais precoces, em que os bebês são muito prematuros, a pré-eclâmpsia é também responsável por cerca de um a cada 10 óbitos neonatais.

MQA: Existe tratamento? Quais são?

DR. JAVIER MIGUELEZ: O controle da doença pode ser feito com as medidas que descrevi acima: dieta pobre em sal, repouso e anti-hipertensivos. Mas a cura mesmo só ocorre com o parto. Com a retirada da placenta, o quadro materno costuma regredir totalmente. Existem novos tratamentos em estudo cujo alvo é justamente aquela molécula, o sFlt-1. Estudam-se substâncias que reduzem esse marcador ou mesmo anticorpos, desenhados para destruir essa molécula. Os resultados preliminares são promissores, mas ainda estão no terreno experimental. Mas o melhor tratamento mesmo, é claro, é a prevenção.

A Síndrome do Túnel do Carpo na gravidez 1024 184 Andre

A Síndrome do Túnel do Carpo na gravidez

Já ouviu falar na Síndrome do Túnel do Carpo? Sabia que o inchaço nas mãos durante a gravidez pode desencadear essa síndrome? Mas antes de saber do que se trata, é importante entender estas palavras:

Carpo: é a estrutura óssea do punho, entre o antebraço e a mão;
Túnel do carpo: é um canal que tem três lados formados por osso e um lado formado por um ligamento. Por dentro desse canal, passa um nervo importante, o nervo mediano;
Nervo mediano: é o responsável pelo tato no polegar, no indicador, no dedo médio e em metade do anelar, e também comanda o movimento de um músculo na base do polegar.

Assim, a Síndrome do Túnel do Carpo é uma doença do sistema nervoso que ocorre pela compressão do nervo mediano, que passa pelo canal do carpo no punho e inerva mão e dedos, causando dormência e perda de sensibilidade nas mãos, sobretudo entre os primeiros dedos, além de ardor, sensação de formigamento e até uma debilidade e dificuldade para agarrar objetos.

É uma patologia não exclusiva da gravidez, muito frequente em pessoas que realizam trabalhos ou ações que implicam movimentos repetitivos de uma das mãos, como o uso do computador ou trabalhos de costura, por exemplo, e também um problema muito comum enfrentado por futuras mamães.

Por que aparece na gravidez?

A gestação é um período em que a mulher passa por muitas mudanças e adaptações em seu organismo. As mudanças hormonais provocam uma maior retenção de líquidos: todos os tecidos, incluindo os do pulso, se embebem em líquido e tendem a inchar, reduzindo ainda mais o espaço disponível para a circulação.

É absolutamente normal sentir inchaço nas mãos durante a gravidez, mas esse inchaço, também chamado de edema, somado à retenção de líquidos decorrente das modificações hormonais em cada fase da gestação pode desencadear os sintomas que caracterizam a Síndrome do Túnel do Carpo, causada pela compressão e inflamação do nervo mediano e por isso tão frequente em gestantes.

O aumento de peso da futura mamãe também propicia uma maior possibilidade de aparecimento da síndrome, já que o tecido adiposo do punho provoca também uma maior compressão do nervo. Além disso, a predisposição anatômica desempenha um papel bastante importante: as mulheres de pulso pequeno têm, claramente, maior probabilidade de desenvolver o problema.

Diagnóstico e tratamento

O exame que permite diagnosticar com segurança a síndrome do túnel de carpo é a eletromiografia. Este método, que não possui contraindicações específicas na gravidez, consegue verificar se existem eventuais alterações na transmissão do estímulo nervoso de um músculo. Para efetuar o teste, são aplicadas umas pequenas agulhas nas extremidades onde se manifesta a síndrome, que recebem descargas elétricas de baixa intensidade.

Mas não há motivo para preocupações, porque o tratamento geralmente é bem simples e a doença tem grandes chances de desaparecer depois que o bebê nasce.

Se a dor e o formigamento estiverem interferindo no sono e na rotina, o recomendado é conversar com o médico para que o caso seja avaliado e o tratamento correto seja indicado. Importante: a gestante jamais deve tomar analgésico ou outro medicamento sem a orientação do obstetra.

Caso a dor persista por muito tempo após o parto, pode ser preciso um tratamento especial para aliviar a pressão sobre o nervo mediano, primeiro com remédios anti-inflamatórios, depois com injeções de cortisona ou, nos casos muito graves, até uma cirurgia simples, tudo dependendo da recomendação médica. O procedimento é feito através de uma pequena incisão na palma da mão, para que o médico possa fazer um corte no ligamento carpal transverso, uma das paredes do túnel do carpo, liberando assim o nervo. Com a incisão, o nervo mediano volta a funcionar normalmente.

Atitudes cotidianas podem afetar a saúde na gestação 1024 184 Andre

Atitudes cotidianas podem afetar a saúde na gestação

A gravidez é um momento muito importante que será sempre lembrado. Além das boas lembranças afetivas, virão as relacionadas à saúde e ao desenvolvimento do bebê. E para que sejam boas também, é preciso ter a consciência de que a rotina da gestante afetará diretamente o bebê e que gerar uma vida exige cuidados que vão além do pré-natal em dia e dos bons hábitos alimentares das mamães.

As futuras mamães têm a responsabilidade de pensar no bem estar da criança a todo momento, durante todas as semanas de gestação. É importante ficarem atentas até mesmo em algumas atitudes cotidianas, que muitas vezes nem se imagina que podem afetar a sua saúde e a do bebê.

Veja alguns exemplos:

O contato com a terra sem luvas: Há o risco de contaminação com parasitoses, até mesmo a temida toxoplasmose, caso tenha fezes de gatos na terra, por exemplo. A toxoplasmose na gravidez pode levar à má formação fetal e até mesmo ao aborto espontâneo.

Cigarro: Grávidas não devem fumar e nem mesmo ficar próximas de fumantes. Inalar a fumaça do cigarro dos outros, ou seja, o fumo passivo, também pode trazer riscos ao bebê, como baixo peso, envelhecimento da placenta e menos quantidade de líquido amniótico.

Não escovar os dentes corretamente: A higiene bucal deve ser sempre bem feita e após as principais refeições, pois as gestantes têm uma certa sensibilidade e uma queda na imunidade, todos os problemas podem ser agravados, inclusive em relação à saúde bucal.

Atividade física em excesso: É importante fazer exercícios físicos na gestação, mas o excesso pode causar problemas, como afetar o útero, interferindo no tamanho do bebê, que pode desenvolver até mesmo a patologia de crescimento restrito, na qual o bebê tem o tamanho muito menor do que deveria. Além disso, pode ocorrer diminuição do líquido amniótico por desidratação e insuficiência placentária, quando a placenta envelhece antes da hora. É importante saber que a quantidade de exercícios indicada para cada gestante vai depender do quanto de exercícios elas faziam antes. E mais: é imprescindível a orientação e acompanhamento do ginecologista obstetra e do profissional de educação física.

Banhos muito quentes: A temperatura muito alta da água pode causar uma queda maior de pressão, a sensação de mal-estar e até desmaio.

Alimentos não lavados corretamente: Os alimentos higienizados de forma errada, especialmente os consumidos crus como alface e tomate, podem contaminar a gestante com parasitose, toxoplasmose ou salmonelose. Por isso, é interessante evitar comer saladas em restaurantes que não são de confiança.

Cafezinho: O consumo do café e outras fontes de cafeína entre gestantes é polêmico, depende de cada médico. Alguns proíbem cafeína de qualquer tipo, pois em pessoas com tendência a vasoconstrição (diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos), a cafeína pode levar ao envelhecimento placentário e isso altera toda a gestação. Outros médicos permitem um consumo bem moderado. Então, é importante ficar atenta e conversar com o médico que vai avaliar cada caso. O mesmo vale para o consumo de chás.

Sal em excesso: Abusar do sal pode aumentar o risco de hipertensão em gestantes que já apresentavam tendência de desenvolver o problema, que é sério principalmente nesse momento. Entenda mais aqui.

Comer mal: Estar grávida não significa comer por dois e muito menos comer apenas alimentos pouco saudáveis. Uma alimentação equilibrada é essencial nesta fase e não fazer isso pode causar déficits nutricionais e favorecer o diabetes gestacional, pressão alta e outros problemas.

Exposição ao sol: Muito cuidado com o sol! O surgimento de manchinhas escuras no rosto e no colo, chamadas cientificamente de melasmas, podem ser evitadas de acordo com o cuidado que a mãe tem em relação à exposição solar. É importante passar o protetor solar fator 30 sempre que sair de casa e usar óculos escuros, chapéus de aba larga ou bonés. Outras manchas em locais como abdômen, seios e axilas também são comuns, contudo, grande parte delas poderá sumir após o nascimento da criança. De toda forma, é recomendado sempre confirmar a origem desses casos com um dermatologista de confiança.